Fluxo de trabalho BIM: Troca de dados com ficheiros IFC

Figura 01 - Comparação de ''Coordination View'' com ''Structural Analysis View''

Figura 02 - Sistema de exemplo para a representação do modelo da área técnica

Figura 03 - Comparação de modelos específicos de área técnica / ''Views''do ficheiro IFC

Figura 04 - Elementos utilizados do ''Structural Analysis View'' (2x3)

Figura 05 - Ativação de importação de modelos físicos
Artigo técnico
No fluxo de trabalho BIM são frequentemente utilizados ficheiros IFC como base na troca de dados entre programas de CAD e de análise estrutural. No entanto, existe um problema fundamental nesta abordagem. Neste artigo são explicados os vários tipos de ficheiro IFC e é dada uma visão global sobre as opções de importação e exportação nos programas da Dlubal Software.
''Views'' de um ficheiro IFC
De uma forma geral, existem dois diferentes tipos de ficheiro IFC, os chamados ''Views''. O ''Coordination View'' descreve um modelo e as suas propriedades físicas como elemento de volume, enquanto o ''Structural Analysis View'' descreve as componentes em relação a um eixo na forma de um elemento analítico. Isto pode ser ilustrado num exemplo simples de uma parede na Figura 01 (em relação ao eixo central).
Figura 01 - Comparação de ''Coordination View'' com ''Structural Analysis View''
Por norma, os programas de CAD utilizam o ''Coordination View'' para a exportação de dados para ficheiros IFC, uma vez que estão em causa componentes estruturais na forma de elementos físicos (maioritariamente volumes). Porém, um software de cálculo estrutural não descreve necessariamente os elementos na forma de volumes, porque os cálculos estruturais muitas vezes requerem modelos mais simples.
Isto resulta num primeiro conflito entre ambos as vistas (views) de um ficheiro IFC, não sendo assim a troca de dados realizável de qualquer maneira.
Diferenças devido a modelos de área técnica específica
Outro obstáculo na troca de dados com base em ficheiros IFC é a necessidade de uma modelação estrutural nas respetivas áreas técnicas. O ''Coordination View'' (modelo físico) é utilizado para a determinação de medidas corretas ou verificações de colisões. Por outro lado, o ''Structural Analysis View'' é aplicado no planeamento estrutural. A seguinte imagem clarifica isso. Trata-se de uma construção constituída por duas paredes e um teto.
Figura 02 - Sistema de exemplo para a representação do modelo da área técnica
Partindo de um modelo de eixo central, resultam os seguintes modelos para este sistema estrutural:
- modelo arquitetónico físico - ''Coordination View''
- modelo estrutural analítico - ''Structural Analysis View''
Figura 03 - Comparação de modelos específicos de área técnica / ''Views''do ficheiro IFC
A representação demonstra, que mesmo para o ''Structural Analysis View'', não é fácil criar um sistema estrutural calculável. Aqui também é necessário ajustar o modelo manualmente.
Exportação de um ficheiro IFC (''Structural Analysis View'')
Com base nos pontos mencionados em cima, o RFEM e o RSTAB utilizam o ''Structural Analysis View'' para a exportação de ficheiros IFC. A seguinte figura mostra os elementos que são utilizados no ''Structural Analysis View'' (2x3).
Figura 04 - Elementos utilizados do ''Structural Analysis View'' (2x3)
Este ficheiro IFC contém também:
- informação e definição de casos e combinações de cargas
- informação sobre secções (nomes e propriedades)
- informação sobre materiais (nome)
Por isso, para a troca de dados é necessário assegurar, que o programa que recebe os dados suporta o ''Structural Analysis View'' na importação do ficheiro IFC.
Importação de um ficheiro IFC (''Coordination View'' e ''Structural Analysis View'')
Se o RFEM e o RSTAB detetarem durante a importação de um ficheiro IFC, que o ficheiro foi criado no ''Structural Analysis View'', o conteúdo é importado automaticamente. Como o RFEM e o RSTAB basicamente não trabalham com modelos físicos, não é possível importar diretamente ficheiros IFC do tipo ''Coordination View''. A troca de dados pode ser efetuada com a opção “Permitir modelo CAD/BIM”, que possibilita a importação de um ficheiro IFC.
Figura 05 - Ativação de importação de modelos físicos
Os corpos importados subsequentemente não são ainda objetos ''Dlubal'' e têm de ser convertidos manualmente nas respetivas barras superfícies ou volumes. Para esse efeito, é possível editar a posição do eixo neutro e o material de preferência.
Figura 06 -Caixa de diálogo para conversão de sólidos arquitetónicos
Resumo
Uma troca de dados contínua baseada em ficheiros IFC entre um programa de CAD e um programa de cálculo estrutural é algo, que de momento, é difícil de concretizar, pelo facto de, os ''Views'' distintos aqui apresentados e os, por norma, diferentes conceitos dos fabricantes de software ainda não terem sido uniformizados numa norma ou diretivas oficiais. Mesmo assim, as possibilidades descritas neste artigo demonstram que certas partes do processo de trabalham podem ser facilitadas, utilizando este formato de ficheiro e as respetivas interfaces.
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