A sumptuosa arquitetura do período barroco foi gradualmente ficando fora de moda no final do século XVIII. Uma decoração exuberante e completamente exagerada e detalhes em ouro por toda a parte: os clientes não queriam mais isso. Como tantas vezes acontece, o gosto das elites mudou e surgiu um novo estilo arquitetónico. Em rigor, não é necessariamente novo, baseia-se nos princípios da construção de templos antigos, mas também apresenta algumas características do início do renascimento italiano.
Assim, a arquitetura volta às suas raízes. Muitos edifícios, especialmente edifícios governamentais, foram construídos no estilo clássico e geralmente apresentam uma tonalidade branco forte. Iremos apresentar as características deste estilo arquitetónico fascinante e depois ver alguns exemplos de edifícios clássicos. Na conclusão, iremos discutir os ensinamentos que a indústria de construção moderna pode retirar do classicismo. O que podemos aprender com os construtores de antigamente? Fique atento!
Características do classicismo
Identificar edifícios clássicos à distância não é difícil – antes pelo contrário. Os edifícios, a maioria das vezes brancos, cinzentos ou em cores pastel, com uma simetria clara e uma fachada discreta, são de tal forma monumentais que é quase impossível passarem despercebidos. A arquitetura antiga, sobretudo a da Grécia, com os seus pilares e pilastras é uma indiscutível fonte de inspiração para este impressionante estilo arquitetónico: as ordens dórica, iónica e coríntia celebram um renascimento.
O frontão triangular clássico impera sobre a entrada ou no meio da fachada, decorado com esculturas ou relevo artisticamente desenhado, enquanto a planta do edifício é desenhada em formas claras, baseadas na simetria axial. Regra geral, a simetria desempenha um papel importante no classicismo. A precisão matemática meticulosa e a definição precisa de proporções recorrem ao estilo arquitetónico da Antiguidade Clássica para o fazerem renascer com um novo brilho.
Em resposta à arquitetura opulenta e lúdica de épocas anteriores, os clientes ansiavam por regressar à beleza e harmonia clássicas. Esta elegância discreta, combinada com linhas e estruturas claras, fazem do classicismo um estilo arquitetónico fascinante, presente não só em toda a Europa, mas também nos Estados Unidos.
Exemplos do classicismo
Conforme acabou de ler, os edifícios clássicos interessantes não existem apenas no continente europeu. Provavelmente, os mais conhecidos de todos encontram-se nos Estados Unidos, na capital Washington D.C. Ambos os edifícios têm uma história cheia de acontecimentos, que convém analisar mais de perto. O mais importante: O que torna estes edifícios clássicos?
A Casa Branca
Washington D.C., EUA
Vamos começar pelo edifício mais famoso de todos: a residência do Presidente dos EUA. Desde junho de 1791 que este notável edifício na Pennsylvania Avenue tem sido a casa de todos os presidentes dos Estados Unidos, exceto George Washington. A propósito, o nome original era Mansão Presidencial. Em 1902, o presidente Theodore Roosevelt decidiu que a alcunha de "Casa Branca" deveria passar a ser o nome oficial do edifício.
Como acontece com muitos edifícios importantes, o design da Casa Branca foi definido no âmbito de um concurso de arquitetura, o qual foi ganho pelo arquiteto irlandês James Hoban. A construção foi concluída a tempo da mudança de século em 1800. Uma curiosidade: originalmente, a icónica fachada era amarela.
Mas a sorte da Mansão Presidencial foi de pouca dura, pois em 1812 iniciou a Segunda Guerra da Independência dos Estados Unidos. Os soldados britânicos ocuparam o edifício em 1814 e queimaram-no por completo. A reconstrução só foi concluída alguns anos mais tarde, desta vez com a fachada pintada de branco, mantendo-se assim até aos dias de hoje.
As características clássicas são evidentes à primeira vista. A fachada, praticamente sem decoração, é elegante, absolutamente simétrica e os pilares suportam o típico frontão triangular. A propósito, o tom de branco da Casa Branca é um branco cremoso chamado "Whisper White", criado por uma empresa alemã.
O Capitólio
Washington D.C., EUA
O edifício emblemático de Washington reflete sobre nós do alto de Capitol Hill. O símbolo da democracia do mundo livre sobressai em branco clássico: o Capitólio. Tal como a sua cúpula impressionante já indica, foi construído segundo o modelo do antigo Panteão. Desde 1800 que se realizam aqui as assembleias legislativas dos EUA. A alegria de ter um lugar permanente na Câmara dos Representantes, no Senado, no Supremo Tribunal e na Biblioteca do Congresso durou apenas alguns anos.
Inicialmente, o edifício pagou a fatura das disfunções da indústria da construção da época. A escassez de materiais e a falta de pessoal especializado rapidamente resultaram em diversos problemas, uma cobertura com infiltrações, rebocos deformados e pisos com mofo na ala norte, concluída em 1806, o que causou muita insatisfação. O interior do edifício deveria, portanto, ser reorganizado em 1811, mas este projeto acabou por ser interrompido.
Tal como a Casa Branca, o Capitólio dos Estados Unidos foi alvo das forças britânicas durante a Segunda Guerra da Independência, tendo sido quase completamente queimado. O edifício reconstruído foi ampliado várias vezes devido à falta de espaço para os novos estados admitidos na união. O mais impressionante é a cúpula que domina a estrutura. A rotunda já estava concluída como estrutura de madeira, tendo posteriormente sido substituída por uma cúpula de aço fundido com uma altura de 55 metros.
Não é apenas a cúpula arqueada que faz referência à arquitetura antiga. O design simples e elegante da fachada branca com os seus pilares e o típico frontão triangular do lado poente também são característicos do classicismo.
O Panteão
Paris, França
A história deste interessante edifício data da longa história da praça onde foi construído. Sempre houve uma igreja nesse local, desde o século V. No final do século XVIII, os planos eram claros: o rei Luís XV ordenou a construção de uma igreja para a poderosa Abadia de Sainte-Geneviève.
A estrutura foi concluída em 1790, após 33 anos, numa época muito conturbada. A tomada da Bastilha em 1789 marcou o início da "Revolução Francesa" e com isso o afastamento da monarquia e do poder temporal da Igreja. Os líderes da revolução declararam o edifício um memorial secular, permanecendo assim até ao presente.
O Panteão Nacional dos heróis e revolucionários de França continua hoje a ser um impressionante destino turístico. Além da fachada cinzenta com colunas poderosas e do frontão triangular típicos do classicismo, temos aqui uma cúpula monumental, inspirada no Panteão de Roma. Um enorme pêndulo, está suspenso no teto desta cúpula por um cabo de 67 metros de comprimento. Foi assim que Jean-Bernard Foucault demonstrou a rotação da terra em 26 de março de 1851.
A Porta de Brandemburgo
Berlim, Alemanha
O símbolo de Berlim foi encomendado pelo rei Frederico Guilherme II e concluído em 1791, após três anos de construção. Dois anos mais tarde, foi adicionada a famosa escultura da Porta de Brandemburgo: um carro de combate de duas rodas, puxado por quatro animais que correm lado a lado, enquanto a deusa da vitória segura as rédeas na mão. Esta quadriga simbolizava a paz que chegava à cidade.
Mas isso foi apenas o início de uma história repleta de acontecimentos. Os graves danos causados pelos bombardeamentos na Segunda Guerra Mundial determinaram, entre outras coisas, que a escultura tivesse de ser substituída durante as obras de reconstrução.
Após a divisão da Alemanha e a construção do muro de Berlim em 1961, formou-se em torno do monumento uma área restrita que só voltou a ficar acessível ao público quando a Porta foi aberta na sequência da queda do muro de Berlim em 1989. A Porta de Brandemburgo tornou-se um símbolo da reunificação alemã.
O arco do triunfo com colunas dóricas e uma quadrícula no topo faz lembrar os propileus da Acrópole de Atenas. Esta é uma das mais importantes construções clássicas.
O Templo de Valhala
Regensburg, Alemanha
O Valhala é um dos monumentos nacionais mais importantes da Alemanha. O templo está situado majestosamente numa colina sobre o Danúbio. No entanto, a sua origem não remonta à Antiguidade, conforme a sua aparência sugere. É uma das estruturas clássicas mais impressionantes do início do século XIX.
Quando o Sacro Império Romano-Germânico caiu na sequência das invasões napoleónicas, foi formada a Confederação Germânica. O rei Luís I da Baviera, face às perdas significativas, sentiu-se na obrigação de criar um monumento nacional.
Por isso, atribuiu a Leo von Klenze, um dos mais famosos arquitetos do classicismo, a tarefa de construir um panteão para personalidades alemãs famosas de "língua alemã". A construção decorreu entre 1830 e 1842 e é considerada uma obra-prima do classicismo pela sua combinação de formas tradicionais da Antiguidade com técnicas de construção modernas da época.
Os visitantes podem encontrar aqui os bustos de mármore de 131 personalidades e placas comemorativas de mais 65 pessoas que marcaram a história da Alemanha. Com a sua fachada branca brilhante, o seu frontão triangular ornamentado e as suas colunatas, o templo assemelha-se aos seus modelos da Antiguidade em termos de beleza e precisão: uma verdadeira obra-prima da arquitetura do classicismo.
Conclusão: classicismo
Após séculos de esplendor e pompa encarnando o domínio absolutista e o poder da igreja, a arquitetura voltou aos ideais antigos. Encontramos nestes impressionantes símbolos características típicas da Antiguidade que despertam nos observadores uma forma de admiração completamente diferente.
As fachadas tranquilas e neutras, sem muitos ornamentos, sobressaem de uma forma quase deslumbrante da envolvente e atraem imediatamente a atenção dos visitantes. Estes edifícios deixam uma impressão duradoura, continuando a fascinar-nos, mesmo após séculos. Então, o que pode a indústria de construção moderna aprender com os construtores do classicismo?
O que podemos aprender com o classicismo
Edifícios impressionantes levam o seu tempo. Isto não se deve apenas à construção em si, mas, especialmente, ao planeamento. Por vezes, o planeamento e a preparação cuidadosa das estruturas ocupavam os arquitetos e engenheiros do classicismo durante meses ou anos.
Claro que hoje em dia existem diferentes formas de encurtar este período de tempo. No entanto, podemos tomar esta diligência como um exemplo. Quanto mais tempo for investido no planeamento dos edifícios, menos erros ocorrem durante a construção. Caso contrário, as horas economizadas podem rapidamente atingir proporções inesperadas.
Atrasos ou reprogramações devido a erros nas fases iniciais do planeamento custam tempo e dinheiro: estes recursos podem rapidamente levar a problemas na indústria de construção moderna. Se investíssemos mais tempo no planeamento e na preparação dos projetos de construção, em vez de queremos sempre implementar tudo o mais rapidamente possível, poderíamos obter resultados de construção muito mais eficientes e precisos.
Quando se trata de decoração de edifícios, por vezes menos é mais, como mostram claramente as fachadas elegantes dos edifícios do classicismo. Além disso, podemos utilizar o conhecimento das tradições arquitetónicas dos construtores antigos para construir obras-primas intemporais e inovadoras, utilizando uma forma evoluída das técnicas da época. Por isso, a nossa indústria de construção moderna precisa de um pouco mais de criatividade e coragem para desenvolver ainda mais o que já existe, em vez de se resumir apenas às normas.